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Venâncio-airense aperfeiçoa carreira de treinador na EspanhaEscrito por ruifolha em Março 26, 2009 Exponho aqui no Blog a história do amigo Emerson Fernandes, que tenta a sorte no futebol da Espanha, um país que conta com jogadores e treinadores de alto nível, mas que para chegar ao sucesso precisa de muito empenho e trabalho. Num país onde o futebol conta com nove divisões, para chegar ao topo é preciso suar. A matéria foi publicada no jornal Folha do Mate desta quinta-feira, 26 de março de 2009. No Brasil há vários exemplos de treinadores e dirigentes vencedores no esporte, mas para isso é necessário determinação, estudo e persistência. Tudo isso faz parte da vida do venâncio-airense Emerson Fernandes, que há quatro anos deixou em definitivo o município de Lajeado para tentar a sorte na Espanha, um país tomado de atletas estrangeiros e clubes milionários. Emerson nasceu em Venâncio Aires e acabou deixando a Capital do Chimarrão aos 9 anos para residir na cidade vizinha de Lajeado. Filho do desportista José Carlos Fernandes, mais conhecido como Mineiro, diz que nunca perdeu as raízes com Venâncio. “Durante anos meu pai e eu tivemos um time de futebol, o Nacional e muitos foram os venâncio-airenses que jogaram nessa equipe”, lembra. Ele conta que o seu pai foi treinador do Guarani-VA na década de 70. “Ele o técnico, meu padrinho, o Carneiro, era o massagista e eu o mascote”, relembra. O auxiliar técnico e preparador físico do Union Deportiva Alcampel, clube da quarta divisão espanhola, afirma que recebeu com tristeza a notícia de que o Rubro-Negro de Venâncio Aires havia desistido de participar da Segundona este ano, já que para ele, o Guarani cresceu muito e se tornou um ícone a nível estadual. “Tenho um carinho muito grande por Venâncio, porque possuo muitos amigos e pessoas que adoro, como a família Carneiro”, escreve Emerson por e-mail.
A CARREIRA Aos 36 anos, Fernandes mora em Lleida, município distante cerca de 160 km de Barcelona com a namorada Betina Martins, que também é formada em Educação Física e em agosto inicia um mestrado em Prescrição de exercício para a saúde, além de trabalhar em duas academias como professora e personal trainning. Esta é a terceira vez que Emerson está na Espanha. Na primeira, através de um intercâmbio pela Unisc e na segunda, por conta própria, em 2001. “Fui para trabalhar, porém este projeto tive que interromper pelo falecimento de meu pai. Em 2005, em busca de melhores perspectivas, voltei ao país europeu, onde estou até hoje”. No Brasil, trabalhou com o futebol no Lajeadense, atuando como preparador físico e também de técnico. No basquete foi fisicultor do Univates/Bira. Ele ressalta que na época o basquete não tinha a estrutura e a dimensão que se encontra hoje e o futebol do Alvi-Azul também estava sem apoio. “Não via perspectiva de planejar um futuro perto da minha gente, uma pena”, revela. Após se formar em Educação Física pela Unisc e realizar pós-graduação em treinamento esportivo na Unopar, de Londrina no Paraná, desejava maior valorização. “Como as probabilidades de um trabalho duradouro e de melhores condições não apareciam, voltei para Lleida, onde deixei portas abertas e bons contatos com pessoas ligadas ao futebol, na minha primeira passagem, em 1998”, destaca.
NOVE DIVISÕES Na Espanha, o venâncio-airense atuou por três anos como coordenador do Club Atletic Segre, uma espécie de filial do Barcelona. Ele conta que é um clube bem estruturado, entretanto só trabalhava com as categorias de base. Após chegar entre os oito melhores do Mundialito MIC, realizado na Espanha e que envolveu clubes como Arsenal, Barcelona, Real Madrid e Ajax da Holanda, foi chamado para treinar os juniores do próprio clube, em 2008. Porém, no início deste ano, aceitou o convite para ser auxiliar-técnico e preparador físico do Union Deportiva Alcampel, agremiação da 4ª divisão da cidade de Alcampell. Ele explica que as diferenças no sistema de trabalho são evidentes. Ao contrário do Brasil, na Europa os treinamentos acontecem em dois turnos apenas no início da temporada. “Prefiro nossa maneira de trabalhar, tanto no sistema técnico quanto motivacional, que agrada por aqui. Além de estar no time no qual treinamos à noite, faço curso de treinador UEFA”. Se o Brasil conta com quatro divisões em nível nacional, a Espanha possui nove no futebol, e segundo ele, a partir da sétima, é exigência da Confederação Espanhola o ‘título de treinador’. O profissional faz estágio na UE Lleida, clube da segunda divisão, e em agosto pretende iniciar um mestrado de Diretor Esportivo. “A volta para o Brasil, com toda esta experiência, é uma das alternativas, pois já estou contatando com universidades e equipes de futebol”, frisa. Ele finaliza, dizendo que as perspectivas de trabalho na Espanha, a partir do mês de agosto – quando inicia a próxima temporada – são boas e já está realizando contatos com clubes que demonstraram interesse em contar com a sua experiência no futebol. “Se não der na Espanha, a meta é treinar um clube de expressão no Brasil, ou quem sabe até iniciar um trabalho de reformulação no Guarani. Por que não? Afinal meu pai treinou o clube e o melhor treinador da atualidade, Mano Menezes, começou lá também”. |
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